quarta-feira, 29 de agosto de 2012

TRABALHADOR MORRE EM ACIDENTE NA FERROVIA CACHOEIRA-FEIRA DE SANTANA

Um acidente na ferrovia que liga Cachoeira a Feira de Santana matou um trabalhador, na tarde do dia 19 de fevereiro de 1877. O fato foi noticiado pelo jornal cachoeirano ECCHO POPULAR e repercutido, em Salvador, na edição do dia 25 de fevereiro do jornal "CORREIO DA BAHIA". O jornal registra ainda que este não fora o primeiro acidente do gênero naquela ferrovia e pede providências para que não ocorram novas "reproduções". (Clique nas imagens para facilitar a leitura)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

FERROVIÁRIOS DE CACHOEIRA E SÃO FÉLIX ENTRAM EM GREVE E PARALISAM OS TRENS

Em 1892 Cachoeira e São Félix viveram dias de tensão com a greve dos ferroviários da Estrada de Ferro Central da Bahia. Foi a primeira greve em larga escala, e envolvendo um setor estratégico da economia da Província, a ocorrer na Bahia. Durante uma semana nenhum trem circulou, os prejuízos foram elevados e o intenso tráfego de mercadorias entre o sertão e o litoral (Salvador) foi bastante afetado. As mercadorias do sertão vinham de trem, ou conduzidos por tropeiros,até Cachoeira e daí eram levadas em Salvador através do transporte fluvial pelo Rio Paraguaçu até a capital. No sentido contrário, os produtos manufaturados oriundos do Sul do país, e até da Europa, eram levados de navios e barcos até Cachoeira e daí eram transportados para o sertão. A greve só acabou após a interveniência do então deputado federal Cesar Zama, que atuou como intermediário entre os grevistas, a empresa e o governo. A notícia teve ampla repercussão, inclusive na imprensa nacional. O PEQUENO JORNAL republicou as notícias veiculadas inicialmente nos jornais cachoeiranos A ORDEM e O AMERICANO. (CLIQUE NA IMAGEM PARA FACILITAR A LEITURA)

sábado, 18 de agosto de 2012

GOVERNADOR VISITA CACHOEIRA E INAUGURA GINÁSIO

Na imagem acima, o deputado estadual (PSD) Augusto Públio Pereira (paletó branco) recepciona o então governador Régis Pacheco (ao lado dele, com as mãos para trás) no Cais da Baiana, em Cachoeira. O governador chegara de navio para presidir a inauguração do Colégio Estadual da Cachoeira. A filarmônica Minerva Cachoeirana executa um dobrado de boas vindas. Note-se a elegância do esbelto Augusto Público, que calça um (então na moda) vistoso sapato bicolor. (Setembro,1954).

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

UM DIA NA VIDA DE CACHOEIRA NO ANO DE 1878

A leitura de jornais antigos permite a todos acompanhar o cotidiano de outras épocas. Fatos e acontecimentos, por mais fortuitos que pareçam, noticiados por essas fontes de pesquisa revelam costumes e comportamentos de uma determinada comunidade naquele contexto histórico. É o que alguns especialistas chamam de micro-história. A análise desses relatos permite a compreensão da época enfocada, diante da qual podem ser tiradas as mais diversas conclusões e feitas comparações com outras épocas, para mostrar a evolução, ou involução,através do tempo. É por isto que este blog se destina a trazer à luz do presente fatos ligados à história de Cachoeira para a contemplação e conhecimento dos visitantes deste espaço.
Clicando na imagem (para facilitar a leitura) tomemos então conhecimento da edição de 15 de maio de 1878 do jornal O GUARANY, que traz algumas notícias interessantes. São episódios policiais e queixas contra o comportamento considerado escandaloso de duas mulheres na Praça da Regeneração (atual Praça Dr. Milton)provocando outra, que tinha o curioso nome de "Malefício". E também a notícia da apreensão, pela Polícia, de 32 escravos originários de Pernambuco e do Piauí, que eram conduzidos sem documentação (e portanto, ilegalmente) para a Capital (Salvador). O delegado aguardava orientação do Presidente (governador) da Província sobre o destino a ser dado aos escravos.Por fim, uma queixa e um pedido de providências à Polícia contra um "samba", ou batuque de negros na linguagem da época, na Rua do Cemitério (ou Rua dos Currais Velhos, um núcleo urbano habitado essencialmente por negros) que entrou madrugada adentro no fim de semana anterior. O som rítmico e frenético de pandeiros, timbalis, chocalhos, rebecas e violas, se por um lado incomodou a alguns, deve ter proporcionado muitas alegrias e momentos de deleite a um grande contingente da população escrava de Cachoeira. A notícia aponta para mais uma evidência de que o "samba nasceu na Bahia...". E no Recôncavo, pois a palavra é uma derivação do ritmo "semba" de Angola, origem da maior parte dos escravos trazidos para trabalhar nas lavouras e nos engenhos de açúcar desta região da Bahia.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A CRUELDADE USADA POR MEM DE SÁ NA CONQUISTA DO VALE DO PARAGUAÇU

A história do Recôncavo, mais especificamente do Vale do Paraguaçu onde se localizam Cachoeira, São Félix e Maragojipe - como de resto a própria História do Brasil - é cheia de episódios desconhecidos ou mal contados. Na conquista das terras necessárias para a expansão do domínio português e nelas implantar a lavoura de cana e os engenhos para produzir açúcar - um dos pilares da economia colonial - os portugueses utilizaram vários métodos, desde a cristianização das populações nativas até formas violentas como a guerra de extermínio.
Um dos agentes dessa política foi o terceiro governador-geral das terras do Brasil, o lendário Mem de Sá (1500-1572). Ele chegou à Bahia em 1557 e adotou todos os meios possíveis para consolidar a domínio português:expulsou os invasores franceses, fundou junto o sobrinho Estácio de Sá a cidade do Rio de Janeiro e submeteu, á força quando necessário,todas as tribos indígenas ao domínio português. A sua administração e o radicalismo de sua atuação foram decisivas para consolidar a presença do Estado português na Colônia. O relato de suas "bravatas" e as crueldade que praticou, como a matança dos índios que resistiam e o incêndio criminoso de centenas de aldeias, foram relatadas por ele próprio em seu testamento político, o documento INSTRUMENTOS DE SERVIÇOS DE MEM DE SÁ, que ditou a um escrivão pouco antes de morrer, e enviou ao Rei de Portugal prestando contas de sua atuação nos 15 anos em que esteve à frente do Governo Geral do do Brasil 455 Brasil. No trecho abaixo ele descreve como, após vir do Rio de Janeiro, enfrentou e venceu os índios em Ilhéus e no Recôncavo ("Peroassu").
Alguns esclarecimentos sobre a linguagem da época: "engenhos dassuquares" (engenhos de acúcar); "novas" (notícias); "passifiqua" (pacífica); "índios de pases" (índios pacificados); "o principal" (o líder da tribo).