domingo, 21 de julho de 2013

CACHOEIRANOS PEDEM AJUDA PARA RECUPERAR PRÉDIO DA CÂMARA

Em 18 de junho de 1789 a Câmara da Vila de Cachoeira  escreveu diretamente à Rainha de Portugal, D. Maria I, uma representação pedindo a recuperação urgente do prédio onde funcionava a própria câmara e a cadeia, que se encontrava em "completa ruína". No pedido, era feita ainda um apelo para a criação de um "imposto de passagem no Peruassú" (Rio Paraguaçu) afim de aumentar a receita da vila. O documento teve despacho favorável do Ouvidor Geral e Provedor  da comarca, Joaquim Manoel de Campos, e foi acompanhado de um termo da vistoria, onde se constatou as condições precárias em que o prédio se encontrava. Nessa época, Dona Maria I ainda não tinha adquirido a doença mental (ou ela não tinha ainda se manifestado...) que a afastaria do trono, sendo substituído por Dom João VI, como Príncipe Regente. Ela acompanhou - sem saber do que se tratava - toda a corte na fuga para o Brasil em 1808. Morreu no Rio de Janeiro em 1816, sendo o único soberano europeu enterrado  fora do continente.


Dona Maria I, Rainha de Portugal entre 1777 e 1816.
 Em seu reinado foi enforcado Tiradentes.
Ela morreu louca  e foi sucedida pelo filho, Dom João VI.
Os documentos relativos ao pedido feito pelos cachoeiranos à Rainha de Portugal estão publicados nos Anais da Biblioteca Nacional do Brasil, edição Nº 34, publicada em 1912, que traz o inventário dos documentos relativos ao Brasil existentes no "Archivo de Marinha e Ultramar", em Lisboa.


                                     
Prédio da Câmara de Cachoeira

quarta-feira, 3 de julho de 2013

NOVAS TÉCNICAS DE PLANTIO IMPULSIONAM A CULTURA DO FUMO EM CACHOEIRA NO PERÍODO COLONIAL.

A cultura do fumo, uma das bases da economia do Recôncavo Baiano ainda durante o período colonial e até meados da década de 40 do Século XX,  ganhou um notável impulso em 1757 com a implantação de novas técnicas do plantio e processamento das folhas de tabaco. A Villa de Cachoeira,  com suas vastas plantações e a maior produção fumageira do Brasil Colônia, foi escolhida para receber as experiências inovadoras para adoção das modernas técnicas, que à época já haviam sido testadas com sucesso nas colônias inglesas (Estados Unidos), francesas e holandesas. O principal agente responsável por essa nova fase da cultura do fumo,  que visava principalmente melhorar a qualidade e aumentar a produção, visando a exportação, era o cidadão espanhol André Moreno, que veio pessalmente a Cachoeira ensinar as novas técnicas. A notícia foi comunicada pelo então Vice-Rei do Brasil, o Conde dos Arcos, a Sebastião José de Carvalho e Mello (18699-1782), o Marquês de Pombal, todo poderoso Ministro do Rei D. José I. Apesar de oficialmente exercer apenas o cargo de Secretário de Estado do Reino, ele é quem,  efetivamente, concentrava o poder político, militar e diplomático, sendo uma das figuras mais carismáticas e controversas da História de Portugal. Ele é considerado o "déspota esclarecido",  modelo de governante que exerce o poder de forma tirânica, exaltando o absolutismo, ao mesmo tempo em que implanta reformas radicais inspiradas pelos ideais de progresso, reforma e filantropia, valores criados a partir do Iluminismo.  Pombal acabou a escravidão  em Portugal (mas não nas colônias),  anulou o poder dos jesuítas, expulsando-os dos domínios portugueses, e promoveu reformas radicais no sistema econômico e educacional, livrando-os da influência medieval. E era aberto às novas ideias na economia, nas ciências e nas artes.