Em 1781 o Padre Manuel da Costa de Carvalho, da então Vila de Cachoeira, encaminhou uma representação ao Conselho Ultramarino (órgão do governo português encarregado da administração das colônias) em que critica a atuação de alguns juízes de fora e aponta "os inconvenientes" de alguns deles acumularem o exercício da autoridade judiciária com o cargo de Presidente da Câmara.
O padre aproveita para fazer uma exposição sobre a Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira. Embora errando a data (o certo é 29 de janeiro de 1698), o que não desmerece a sua análise descritiva, o padre acusa oficiais da Câmara de repartirem entre si e com o Juiz de Fora o imposto que arrecadam de quem constroi casas sem obedecer ao "arruamento" necessário, apontando aí uma das razões pelas quais a vila apresenta "irregularidades" em suas ruas e becos. E aponta também que o Juiz de Fora da época, Marcelino da Silva Pereira, mandou colocar um cano para trazer água do sítio de Belém para Cachoeira, onde pretendia construir um chafariz. E "arrematou" (leiloou) a obra por 25 mil cruzados.
(clique na imagem para facilitar a leitura)
Anais da Biblioteca Nacional Volume 32 Páginas 487/488 (Ano 1910) |
Essa obra antecedeu a construção do atual Chafariz Imperial, que viria a ser edificado em 1827 (portanto já com o Brasil independente), um dos muitos prédios tombados de Cachoeira. Trata-se de uma construção em alvenaria mista de pedra e tijolo, em
estilo neoclássico. Era o principal ponto de abastecimento de água da
cidade. Possui sete carrancas e as armas do Império. É tombado pelo
Patrimônio Histórico.
Chafariz Imperial de Cachoeira |
Olá Jorginho Ramos! gostei demais desse seu blog ... todos os assuntos dele, me interessam... Parabéns a vc pelo seu blog. eu gostaria muito de segui-lo. um abraço!
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