Em 1918 Cachoeira recebeu a visita do cidadão russo Eliezer Kaminetzky (sobrenome assim grafado pelo jornal cachoeirano O NORTE, que publicou reportagem sobre ele...), adepto do vegetarianismo. Ele percorria o mundo realizando conferencias e distribuindo material de divulgação sobre o que na época era chamado de "naturismo", ou viver de acordo com a Natureza. Eliezer Kamenesky, como seu nome também era conhecido em Portugal, onde mais tarde fixou residência, foi professor, poeta, músico e ator, e se transformou em amigo do poeta português Fernando Pessoa, que escreveu o prefácio de um dos seus livros ("Alma Errante" - 1932). Na época da visita a Cachoeira ele estava com 30 anos e já tinha em sua peregrinação para divulgar hábitos e alimentação saudáveis percorrido alguns países como a Itália, Síria, Egito, Arábia, Índia e Estados Unidos. No Brasil, além da Bahia ele esteve na Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro fazendo conferências e criando entidades como a Sociedade Vegetariana da Bahia e similares nos demais estados.
Ele nasceu em território hoje pertencente à Ucrânia e era judeu-russo. Aos 14 anos fugiu de casa para acompanhar uma companhia de ópera ambulante. Contava que levado pelas suas observações da Natureza e pela influência das leituras de obras dos filósofos gregos, do franco-suíço Jean - Jacques Rousseau e do russo Leon Tolstoi, abandonou o que chamava "vestes caricatas da civilização", tornando-se uma espécie de apóstolo da vida natural e do vegetarianismo. Em Cachoeira, Eliezer Kaminetzky manteve contato com o maestro Manuel Tranquilino Bastos (1870-1935), que era vegetariano e também praticante da homeopatia. Este é o registro da presença dele em Cachoeira e da entrevista que o "FILÓSOFO RUSSO" concedeu ao jornal O NORTE :
Ele morreu em Lisboa, aos 69 anos, em 1957.
29. set.2015
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