Em 29 de maio de 1818 a então Vila de Cachoeira comemorou com festas a coroação de Dom João VI como monarca titular do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. A coroação acontecera no Rio de Janeiro, precisamente em 6 de fevereiro daquele ano, dois anos após após a morte da sua mãe, a Rainha D. Maria I. Mas D. João já governava Portugal desde 1792, quando a Rainha passou a apresentar distúrbios mentais. Em 1799 foi consagrado como Príncipe Regente e foi nesta condição que ele tomou a decisão mais difícil e acertada de todo seu reinado: transferir a corte para o Brasil, fugindo do furacão napoleônico que varria a Europa e destronou diversas monarquias.
Alguns soberanos perderam o reino e a própria cabeça. Com a fuga, ainda que atabalhoada, para o Brasil, Dom João e sua corte não apenas salvaram-se, mas sobretudo escreveram um dos capítulos mais importantes da própria História do Brasil. Principalmente porque entre as consequências indiretas desse episódio está a própria Independência do Brasil. O processo de ruptura do Brasil com Portugal foi liderado pelo filho de Dom João VI, o Príncipe Dom Pedro de Alcântara, que passou à história como o Imperador Dom Pedro I. Não sem lutas ou guerras, claro.
Curioso é que o filho e o neto de Dom João VI, os imperadores Pedro I e Pedro II, respectivamente visitaram Cachoeira. A visita de Dom Pedro I ocorreu em 1826, logo após a Independência, e a de Dom Pedro II foi em 1859, conforme está registrado neste próprio blog (ver postagens de novembro/2009).
A festa realizada em Cachoeira pela coroação de Dom João VI foi assim noticiada pelo jornal A Idade D´Ouro do Brazil, em sua edição de 14 de julho daquele ano:
(clique para facilitar a leitura)
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