Em 1799 a Câmara da Vila de Cachoeira respondeu afirmativamente a uma consulta do Governador da Bahia, Dom Fernando José de Portugal, aceitando pagar pensões a jovens da vila que fossem estudar em Lisboa, na Universidade de Coimbra e na Real Academia da Marinha. A consulta fora feita no ano anterior, em nome da Rainha de Portugal, D. Maria I, a todas as câmaras das vilas baianas mas somente as de Cachoeira e de Salvador aceitaram a proposta. As demais alegaram não possuir condições financeiras para aprovar tal benefício. A idéia original era que as câmaras das respectivas vilas financiassem a formação de dois engenheiros hidraulicos, dois engenheiros topógrafos, um contador, um médico e um cirurgião. Tão logo concluíssem a formação especializada, eles voltrariam a suas "comarcas" para exercer o ofício que aprendessem na Europa.
Mas no mesmo ofício a Câmara de Cachoeira pondera alguns aspectos que poderia inviablilizar o projeto, como o aproveitamento futuro desses profissionais, considerando que não haveria tanto trabalho assim a executar na vila, notadamente para os engenheiros topógrafos e hidráulicos e o contador. A Câmara aponta como execção os médicos e cirurgiões "de que se experimenta grande penúria n´este continente".
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Os ofícios das câmaras de Cachoeira de Salvador aceitando, porém, bancar os cursos, mesmo com as ressalvas, foram transcritos e enviados pelo governador para análise do Marquês de Anadia, titular do Conselho de Estado de Sua Majestade. Nessa época, Dom Maria I já sofria das faculdades mentais e o governo era exercido pelo Príncipe Dom João, futuro Rei Dom João VI, que nove anos depois viria com toda Corte para o Brasil, fugindo das tropas do Imperador francês Napoleão Bonaparte. Não há registros posteriores se houve de fato o pagamento de bolsas de estudo para os estudantes.
Nota do Editor: As informações contidas neste post foram extraídas dos Anais da Bibliteca Nacional do Brasil (volume 036, ano de 1914).
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