Ao longo da nossa história colonial diversos brasileiros foram punidos pelo Tribunal do Santo Ofício - a Inquisição - pelos mais diversos "crimes" contra a fé católica. Entre eles estava um cidadão cachoeirano, Antonio Pereira Ribeiro Trense, que embora nascido em Portugal era morador da Vila de Cachoeira onde exercia o ofício de cirurgião. Em 1711 ele, que já era casado em Portugal mas tinha se casado novamente quando veio morar no Brasil, foi condenado pelo crime de bigamia. A pena aplicada foi o açoite em público - para servir de exemplo - e o cumprimento durante cinco anos de trabalhos forçados como remadores nas "galés", as pesadas embarcações de guerra. Mas podiam também podiam ser realizados em vias públicas em tarefas humilhantes. Em qualquer caso, os condenados cumpriam as suas penas acorrentados e sob severa vigilância.
O Tribunal do Santo Ofício foi criado para corrigir os "desvios da fé" e a heresia, punindo muitas vezes com o máximo rigor (a morte na fogueira era um exemplo clássico) qualquer ideia ou pratica que fosse contrária à fé católica, bastando até mesmo que as pessoas denunciadas não seguissem alguns dos padrões morais e doutrinários estabelecidos pela Igreja Católica ou defendesse teorias filosóficas ou científicas que contrariassem os valores e dogmas religiosos. Os "crimes" mais comumente punidos: a bigamia, sodomia, feitiçaria, práticas judaizantes, ateísmo ou ligações com a Maçonaria. Como Portugal era uma país excessivamente católico, incorporou ao seu sistema jurídico as normas penais estabelecidas pela Inquisição.
Esta notícia foi publicada em 1872 no jornal maçon O PELICANO, que refere-se a pesquisas feitas pelo historiador Francisco Adolpho de Varnaghem para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça um comentário