quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CACHOEIRA E A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA

A deposição do Imperador D. Pedro II e a implantação da República, no dia 15 de Novembro de 1889,  é um dos episódios mais conhecidos de nosssa história, com  diversos estudos e  pesquisas  baseados na farta documentação existente e  na abundante iconografia. Com o fim da monarquia o Brasil iniciou uma nova era de sua história política, marcada por golpes de estado - como o próprio episódio da Proclamação - revoluções, ditaduras e alguns períodos de normalidade democrática. Mas não deixou de ser traumática a mudança do regime monárquico constitucional para o republicano federativo.

Em Cachoeira, na época ainda uma das cidades mais importantes da Bahia, embora já sem o esplendor do passado, a chegada do novo regime surpreendeu a todos, como aliás  em todo o país. Mas as forças políticas logo agiram no sentido de aderir aos "vitoriosos". Na narrativa do advogado, jornalista e historiador,  Aristides Milton, a cidade logo se adaptou à novas circunstâncias. Assim está registrado no livro Ephemérides Cachoeiranas, publicado no ano de 1904. Para ele,  que durante o Império  ocupou vários cargos tendo sido inclusive  nomeado para governar a Província de Alagoas e que  talvez por gratidão à monarquia  tenha sido  o  último a assinar a lista de presentes, a República -  por ter sido implantada  através de um golpe militar, que portanto feriu a Constituição -  trouxe uma "ditacdura" liderada pelo Marechal Dedooro da Fonseca.


Segundo o cronista histórico cachoeirano, "o povo e a câmara" aderiram formalmente ao novo regime através de uma sessão especial realizada no dia 20 de novembro, na sede  da Câmara Municipal, mesmo prédio onde aliás o Imperador Dom Pedro I fora aclamado  Imperador 67 anos antes. Cabe um esclarecimento:  o "Barão de Belém" citado como presidente da Câmara não é o Cel. Rodrigo  Brandão, herói da Guerra da Independência  (que morrera em 1855)  e sim o 2º Barão de Belém.  Confira a "acta" da sessão histórica: 
(clique nas imagens para facilitar a leitura)


É pacífico hoje o entendimento de que a perda do apoio político à monarquia,   por causa da assinatura da Lei Áurea  que extingiu a escravidão,  no ano anterior,   foi a causa imediata  do fortalecimento das ideias republicanas, que não tinham muita adesão popular. O povo  brasileiro não participou do processo e inclusive segundo depoimento à época "assistiu àquilo bestializado, achando que fosse somente  uma parada militar". Era o Marechal Deodoro desfilando a cavalo pelas ruas do Rio de Janeiro, no momento culminante do golpe militar que implantou a República no Brasil.


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