AVISO : É livre a transcrição dos textos e gravuras. Pede-se que, por honestidade, seja citada a origem.
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Este blog recebeu e reproduz abaixo CONVITE da Fundação Hansen Bahia para a reinauguração, na sexta-feira (17 de dezembro ), de sua sede, na Rua 13 de Maio, em Cachoeira.
(clique na imagem para facilitar a leitura)
Com a reforma de suas instalações a Fundação Hansen Bahia irá retomar e ampliar suas atividades culturais na cidade com eventos, cursos e exposições, dando assim continuidade ao sonho desse artista alemão que amava a cidade de Cachoeira e legou para ela grande parte de todo o acervo de sua criativa existência. Hansen expressou em sua obra toda a dimensão humana e registrou com maestria através do entalhe da xilogravura aspectos culturais, sociais e antropológicos, captados com sua sensibilidade rara ao longo de sua existência. Revelou-se o maior artista desse gênero e suas obras espalham-se por dezenas de museus mundo afora. Hansen adotou o Bahia ao seu sobrenome pelo amor desmedido à essa terra e passou os últimos anos de sua vida em Cachoeira e São Félix.
Jorge Amado, de quem foi amigo dileto, assim o definiu : "Feliz terra é a Bahia, feliz como uma dessas mulheres de beleza definitiva que tem imediatamente a seus pés os homens. Que dizer do gravador ? Assim, humildemente, reduzo-me a dizer que suas gravuras me comoveram profundamentee é o poder de comover a marca do artista, a medida do artista".
Sede foi reformada e volta a abrigar atividades culturais |
Puxada de Rede, uma das xilogravuras de Hansen Bahia |
Quem foi : Nascido na Alemanha em 1915, Karl Heinz Hansen foi marinheiro e lutou como soldado na II Guerra Mundial onde, nas horas de folga, começa a pintar para aliviar o drama de estar envolvido na carnificina que o horrorizava. Após o conflito, trabalha em artes gráficas e produz suas primeiras xilogravuras, expondo em Estocolmo, na Suécia. Trabalha com cinema e e faz roteiros para filmes anti-bélicos e livros para crianças , para lhes mostrar os horrores da guerra. Em 1951 migra para o Brasil, onde leciona e faz exposições de sua s xilogravuras no Museu de Arte de São Paulo. Suas obras logo adquirem grande conceito e ele torna-se um artista conhecido no mundo das artes. Em 1955 apaixona-se pela Bahia e muda para cá onde se torna um dos destaques da geração de ouro de artistas e intelectuais, que reunia também Jorge Amado, Calazans Neto, Pierre Verger, Carybé, Carlos Bastos, Jenner Augusto e Genaro de Carvalho, além de muitos outros nomes. Suas obras ganham dimensão internacional e passa expor e ter obras no acervo fixo de museus da Alemanha, Suíca, Bélgica, Estados Unidos, Portugal, França, Holanda, Suécia, Áustria e outros países. É nessa década que adota o sobrenome "Bahia" para expressar a gratidão pela terra que adotou e foi adotado ("Tudo o que sei e sou, devo à Bahia", costumava repetir) e também lhe serviu de inspiração.
Aqui retrata o universo dos mercados e feiras livres, das putas e cabarés, erecria com sua sensibilidade as imagens dos navios negreiros, dos pescadores e trabalhadores do cais, dos retirantes da seca, das pensões baratas e dos rituais religiosos do candomblé e de cerimônias católicas, como os atos da agonia de Cristo na "Via Crucis", entre outros temas.
Nos anos 70, Hansen muda-se para São Félix, de onde segundo ele podia apreciar a beleza de Cachoeira e do Vale do Paraguaçu, paisagem que o encantou a ponto de deixar para a cidade o conjunto de sua obra. Morre em 1978.
Já não era sem tempo.
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