sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

FUNDAÇÃO HANSEN BAHIA REINAUGURA SEDE EM CACHOEIRA

AVISO : É livre a transcrição dos textos e gravuras. Pede-se que,  por honestidade, seja citada a origem.  

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Este blog recebeu e reproduz abaixo CONVITE da Fundação Hansen Bahia  para a  reinauguração, na sexta-feira (17 de dezembro ), de sua sede, na Rua 13 de Maio, em Cachoeira. 

(clique na imagem para facilitar a leitura) 


Com a reforma de suas instalações a Fundação Hansen Bahia irá retomar e ampliar suas atividades culturais na cidade com eventos, cursos  e exposições,  dando assim continuidade ao sonho desse artista alemão que amava a cidade de Cachoeira e legou para ela  grande parte de todo o acervo de sua criativa existência. Hansen expressou em sua obra  toda a dimensão humana e registrou com maestria através do entalhe da xilogravura aspectos culturais, sociais e antropológicos, captados com sua sensibilidade rara ao longo de sua existência. Revelou-se o maior artista desse gênero e  suas obras espalham-se  por  dezenas de museus mundo afora. Hansen adotou o Bahia ao seu sobrenome pelo amor desmedido à essa terra e passou os últimos anos de sua vida em Cachoeira e São Félix.

Jorge Amado, de quem foi amigo dileto, assim o definiu : "Feliz terra é a Bahia, feliz como uma dessas mulheres de beleza definitiva  que tem imediatamente a seus pés os homens. Que dizer do gravador ? Assim, humildemente,  reduzo-me a dizer  que suas gravuras me comoveram profundamentee é o poder de comover a marca do artista, a medida do artista".

Sede foi reformada e volta a abrigar atividades culturais 



Puxada de Rede, uma das xilogravuras de Hansen Bahia

Quem foi :     Nascido na Alemanha em 1915, Karl Heinz Hansen foi marinheiro e lutou como soldado na II Guerra Mundial onde, nas horas de folga, começa  a pintar para aliviar o drama de estar envolvido na carnificina que o horrorizava. Após o conflito, trabalha em artes gráficas  e produz suas primeiras xilogravuras, expondo em Estocolmo, na Suécia. Trabalha com cinema e e faz roteiros para filmes anti-bélicos e livros para crianças , para lhes mostrar os horrores da guerra. Em 1951 migra para o Brasil,  onde leciona e faz exposições  de sua s xilogravuras no Museu de Arte de São Paulo. Suas obras logo adquirem grande conceito e ele torna-se um artista conhecido no mundo das artes. Em 1955 apaixona-se pela Bahia e muda para cá onde se torna um dos destaques da geração de ouro de artistas e intelectuais, que reunia também Jorge Amado, Calazans Neto, Pierre Verger, Carybé, Carlos Bastos, Jenner Augusto  e Genaro de Carvalho,   além de muitos outros nomes. Suas obras ganham dimensão internacional e passa expor e ter obras no acervo fixo de museus da Alemanha, Suíca, Bélgica, Estados Unidos, Portugal, França, Holanda, Suécia, Áustria e outros países. É nessa década que adota o sobrenome "Bahia" para expressar a gratidão pela terra que adotou e foi adotado  ("Tudo o que sei e sou, devo à Bahia", costumava repetir) e também lhe serviu de inspiração. 

Aqui retrata o universo dos mercados e feiras livres, das putas e cabarés, erecria com sua sensibilidade as imagens dos navios negreiros, dos pescadores e trabalhadores do cais, dos retirantes da seca, das pensões  baratas e dos rituais  religiosos do candomblé e de cerimônias católicas, como os atos da agonia de Cristo na "Via Crucis", entre outros temas.

Nos anos 70, Hansen muda-se para São Félix,  de onde segundo ele podia apreciar a beleza de Cachoeira e do Vale do Paraguaçu, paisagem que o encantou a  ponto de deixar para a cidade o conjunto de sua obra.  Morre em 1978. 

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