quinta-feira, 21 de abril de 2011

OS 180 ANOS DA "REVOLTA DE GUANAES MINEIRO", QUE ABALOU CACHOEIRA E SÃO FÉLIX

As cidades históricas de Cachoeira e São Félix não podem deixar de lembrar o aniversário, em fevereiro de 2012, da Revolta de Guanaes Mineiro, um episódio que embora muito pouco conhecido da história do Brasil, representou uma das primeiras tentativas de acabar a monarquia e implantar o sistema republicano e federativo no Brasil. Este blog lança aqui uma campanha que visa sensibilizar as prefeituras das duas cidades, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através de Fundação Pedro Calmon (FPC), e o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IHGBa) para que elaborem em conjunto uma programação comemorativa dos 180 anos dessa revolta, com o objetivo de divulgar e debater entre historiadores, estudantes e as duas comunidades essa importante data histórica.
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A Revolta de Guanaes Mineiro começou em São Félix
O Brasil não tinha completado ainda dez anos de independente quando em 17 de fevereiro de 1832 o Juiz de Paz do Arraial de São Félix, e vereador de Cachoeira, Capitão Bernardo Miguel Guanaes Mineiro liderou uma revolta de cunho federalista, rompendo com o Governo da Regência e proclamando a República. Naquele dia em uma assembléia popular realizada na Praça do Progresso (atual Inácio Tosta), em São Félix ele lançou as bases do movimento e recebeu muitas adesões. Em seguida, à frente de centenas de pessoas armadas, Guanaes Mineiro invadiu Cachoeira. Alarmada e em pânico a população fugiu e as autoridades  buscaram refúgio em Salvador e nas vilas próximas. Os revoltosos não encontraram nenhuma resistência e com a vila  esvaziada, acamparam no Convento do Carmo e ocuparam o prédio da Câmara, onde realizaram uma "sessão" lançando um vigoroso manifesto com 24 ítens em que, entre outros anúncios, proclamava o sistema federativo, convocava uma assembléia constituinte, criava uma junta provisória e implantava uma forma de governo republicano. E, ainda, pregava a soltura dos presos, a deportação dos portugueses que não fossem casados com brasileiras e o fuzilamento de Dom Pedro I, caso voltasse ao Brasil. No ano anterior, o primeiro imperador do Brasil havia abdicado do trono e voltado para Portugal. O Brasil era então governado pela Regência Trina Permanente, pois o herdeiro do trono imperial tinha seis anos. 

Dom Pedro II tinha seis anos em 1832
 
As principais autoridades de Cachoeira haviam fugido para buscar reforços em Salvador e comunicar a rebelião ao presidente da Província da Bahia, Honorato de Barros Paim.  Após uma semana em que Cachoeira permaneceu ocupada e sendo governada pelos revoltosos, as forças legalistas lideradas pelo Coronel Rodrigo Brandão, o "Barão de Belém", (que havia tido papel de destaque na Guerra pela Independência, em 1822) cercaram Cachoeira e após renhidas batalhas, em que houve mortos e feridos, conseguiram reprimir o movimento federalista, prendendo os principais líderas da rebelião. Cachoeira recebeu com foguetes e repicar dos sinos a entrada triunfal das tropas legalistas. Guanaes Mineiro e os principais líderes foram levados para Salvador e aprisionados no Forte São Marcelo, onde no ano seguinte  se rebelaram novamente e foram outra vez reprimidos.    

O Barão de Belém comandou a repressão aos revoltosos

      

2 comentários:

  1. Também acho mais do que necessário valorizarmos a nossa história local, Jorginho. Me interesso bastante pela história do Recôncavo especialmente quando se trata de revoltas e levantes populares no período imperial. Em relação à Revolta Federalista gostaria de saber se o senhor pode me fazer indicação de referências ou fontes históricas sobre tal evento, como a historigrafia baiana dá pouca atenção a esse episodio conheço pouco e me interesso muito por esse tema.
    Parabéns pelo blog!

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  2. Revolta dos Guanaes inicia o caminho para República no Brasil

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