O Rio Paraguaçu viveu dias de glória no passado, quando nele eram realizadas competições náuticas que mobilizavam os moradores de Cachoeira e São Félix e atraíam inclusive a atenção da imprensa nacional. Em julho de 1930 a revista "O Malho", editada no Rio de Janeiro, mandou a Cachoeira e São Félix um repórter e um fotógrafo para registrarem, uma regata no Rio Paraguaçu. Nota-se, mesmo ao longe, que as margens do Rio Paraguaçu e a ponte D. Pedro II eram inteiramente ocupadas pelos moradores das duas cidades, que assistiam praticamente de camarote ao belo espetáculo. Na época os clubes Associação Athética de São Félix e a Associação Cultural Desportiva do Paraguaçu dividam as preferências de cachoeiranos e sanfelixtas nos alegres domingos em que havia regatas.
As regatas atraíam a atenção de milhares de cachoeiranos e sanfelixtas. Nas imagens, alguns registros como o intenso movimento de barcos no porto de São Félix. |
Era uma atividade que além de fornecer à comunidade um lazer dominical também garantia aos jovens da região a prática saudável de um esporte, além de assegurar, de certa forma, um certo movimento no comércio local pois atraía milhares de pessoas às ruas e praças das duas cidades. Reviver essa atividade esportiva nos dias de hoje traria inúmeras outras vantagens para a comunidade, pois como opção saudável para os jovens faria com que eles ficassem menos susceptíveis ao contato com as drogas. E também para a própria economia da região, com restaurantes e pousadas lotados pela movimentação intensa de atletas e turistas nas competições regionais. Cachoeira, São Félix e Maragojipe obteriam também destaque no cenário esportivo baiano, podendo o Vale do Paraguaçu vir a ser, futuramente, um cenário para regatas internacionaios e se transformar num polo de turismo náutico. É possível imaginar que os veleiros, catamarãs e barcos que sempre aportam na Baía de Todos os Santos nos rallies nacionais e internacionais entrem pela Barra do Paraguaçu, passando por Maragojipe, Coqueiros, Najé, Lagamar do Iguape, as ruínas do Convento de São Francisco, chegando até Cachoeira e São Félix. Não custa sonhar...
Me chamo Dilermando C.Lemos Costa, 76 anos e filho de Antonio Lemos e D.Neném(um dos dez), me lembro bem da Associação Atlética de São Félix, onde fui locutor no serviço de auto-falantes, e também participei das regatas, como patrão, nos barcos de 4 e 8 lugares.Tudo isso me traz recordações de um tempo que se passou.
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