quinta-feira, 7 de junho de 2012

UMA "BRAVA" VIÚVA CACHOEIRANA É ACUSADA DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO


No longínquo ano de 1796 a viúva cachoeirana Victória Pereira de Menezes Brabo foi denunciada, e posteriormente julgada e absolvida, de cometer o  crime de tentativa da homicídio que teria sido praticado contra José Araújo Bacellar. O motivo foi provavelemente uma briga de família por disputa de terras, porque quem a acusou foi José da Silva Bacellar, certamente um primo do falecido marido dela. As informações a respeito deste assunto foram relatadas pelo Governador da Capitania da Bahia, Dom Fernando José de Portugal (o mesmo que alguns anos mais tarde viria a reprimir a Revolução dos Alfaiates, conspiração contra o Reino de Portugal que resultou no enforcamento de quatro negros na Praça da Piedade em Salvador) ao Ministro português Dom Rodrigo de Souza Coutinho, secretário de Estado da Marinha e do Ultramar, responsável pelo Conselho Ultramarino, órgão encarregado de administrar as colônias portuguesas na África, América e Europa. 

                                                (clique na imagem para facilitar a leitura)
 


Dom Rodrigo de Souza Coutinho, Conde de Linhares, foi num dos mais destacados diplomatas e burocratas a serviço do Reino de Portugal. Além de ter sido Ministro da Marinha e do Ultramar, cargo que ocupava à época dessa correpondência, ele foi mais tarde Primeiro Ministro de Portugal. Grande articulador político, negociou com a Inglaterra a transferência da Família Real Portuguesa para o Brasil, fugindo do imperador francês Napoleão Bonaparte. Em troca da proteção (uma esquadra inglesa escoltou as embarcações portuguesas até o Brasil), Portugal abriu os portos brasileiros aos navios mercantes ingleses, que pagavam taxas alfandegárias menores até mesmo do que os próprios navios mercantes portugueses. Dom Rodrigo, que veio acompanhando D. João VI, foi quem redigiu o texto da Lei de Abertura dos Portos às Nações Amigas e veio também a ser o primeiro ocupante do cargo de Ministro da Guerra de Portugal, já quando a Corte estava instalada no Brasil.    

D. Rodrigo de Souza Coutinho

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