Periodicamente este blog vai apresentar gravuras e fotografias que mostram a Cachoeira do passado. Serão mostrados cenas de rua, paisagens, retratos de personagens da história da cidade e momentos eternizados pela sensibilidade de fotógrafos e artistas. Enfim, uma coleção iconográfica relacionada a esta cidade histórica.
Esta é a Igreja de Belém, distrito de Cachoeira, no desenho em bico-de-pena de Tom Maia, autor de Velha Bahia de Hoje (Editora Exped, Rio de Janeiro,1985). A igreja e o seminário foram construídos no século XVII. Nele estudou o Padre Bartholomeu Lourenço, que mais tarde adotou o sobrenome Gusmão, da Companhia de Jesus, reconhecido como o Pai das Ciências nas Américas e conhecido como o Padre Voador, porque inventou o aeróstato, realizando pela primeira vez na História, o vôo do mais leve que o ar. Ele o apresentou publicamente em 5 de agosto de 1709, em Lisboa, ao Rei Dom João V. Esse aeróstato era simplesmente um globo de papel com uma fonte ignea para aquecer o ar em seu interior.
Uma observação: a palavra Passarola, com que ficou conhecido o invento apareceu num poema de Tomás Pinto Bastos, naquela altura, com o propósito de ridicularizar o jovem Bartholomeu, apenas demonstrando a ignorância e a inveja do referido poeta satírico, ex-companheiro de Gregório de Matos na Bahia, mas português de nascimento.
(Nota: A elaboração deste "post" teve a contribuição decisiva do prof. Adinoel Motta Maia)
Mais tarde, outro aluno do Seminário de Belém se destacou na história: o Frei Galvão. O primeiro santo nascido no Brasil, canonizado pelo papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil em 11 de maio de 2007. Nascido em 1739, em Guaratinguetá (SP), aos treze anos ele foi estudar no Seminário de Belém. Lá fez grandes progressos nos estudos e na prática cristã, de 1752 a 1756. Queria tornar-se jesuíta, mas por causa da perseguição movida contra a Ordem pelo Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou a entrar para os franciscanos, que tinham um convento em Taubaté.
Frei Galvão
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