Em homenagem à Festa da Boa Morte, que se realiza de 13 a 15 de agosto em Cachoeira, este blog homenageia a Irmandade com a republicação de sua primeira postagem, feita há um ano. Nela, mostramos a importância e as origens dessa devoção, que remonta aos primórdios do Século XIX e vem se mantendo como um dos principais símbolos de resistência e da força da cultura afrobrasileira.
Na imagem acima, o registro da participação de irmãs da Boa Morte no Desfile em comemoração ao IV Centenário de fundação da Cidade de Salvador, em 1949. Esta participação despertou a curiosidade do jornalista Odorico Tavares, que pesquisou sobre a Irmandade e a ela dedicou um capítulo do seu livro Bahia : Imagens da Terra e da Gente.
Odorico Tavares (1912 - 1980) foi jornalista, escritor, poeta e colecionador de arte. Era pernambucano e em 1942 radicou-se na Bahia, onde a convite de Assis Chateaubriand veio dirigir as empresas do conglomerado Diários e Emissoras Associados que na Bahia possuía os jornais Diário de Notícias, Estado da Bahia e a Rádio Sociedade da Bahia e, mais tarde, a TV Itapoan. Em Salvador ele logo se integrou entre os escritores, artistas e intelectuais baianos. Em 1944, organiza, com o escritor Jorge Amado (1912 - 2001) e o gravador paulista Manoel Martins (1911 - 1979), a primeira exposição de arte moderna brasileira na Bahia, promovida pela seção da Bahia da Associação Brasileira de Escritores, na Biblioteca Pública de Salvador. Em 1947, faz diversas reportagens para a revista O Cruzeiro, depois reunidas no livro Bahia, Imagens da Terra e do Povo, de 1951. Ilustrado por Carybé (1911 - 1997), o livro é premiado com a medalha de ouro na 1ª Bienal Internacional do Livro e Artes Gráficas de São Paulo, em 1961. Para a reportagem, escrita por ocasião do cinqüentenário da Guerra de Canudos, Tavares viajou pela região percorrida pelo escritor Euclides da Cunha (1866 - 1909) na Bahia, acompanhado pelo fotógrafo francês Pierre Verger (1902 - 1996).
(clique nas imagens para facilitar a leitura)
Eis o texto de Odorico Tavares sobre a Irmandade da Boa Morte:.
(clique nas imagens para facilitar a leitura)
Muito interessante esse material companheiro...
ResponderExcluirGostaria que me enviasse alguns desses pra meu e-mail, pode ser?Não sou jornalista, nem historiadora, apenas uma estudante de pedagogia apaixonada por arte e suas manifestações...Mas sou apaixonada pela história e pela comunicação.Abraços saudosos! mirna_mpb@yahoo.com.br
Sabia da existência desse texto, mas não tinha lido antes. Interessante porque Odorico Tavares narra a festa de 1946. Nesse período Pierre /verger fez um lindíssimo ensaio fotográfico sobre a Irmandade da Boa Morte, que a turma da Irmandade da Boa Morte teima finge desconhecer. Nesse período també, Miguel /Santana andava por Cachoeira visitando o candomblé de Ventura. Ele convivia com uma vodunsi desse candomblé, de cuja relação nasceu Guaraci, que, me parece, é vivo. Década de 1940, época da Segunda Grande Guerra e de retirada de muitos alemães de Cachoeira.
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