domingo, 21 de março de 2010

A CULTURA DO FUMO EM CACHOEIRA FOI IMPLANTADA POR UM ESPANHOL

A cultura do fumo, que tanta riqueza e opulência trouxe para Cachoeira  nos séculos XVIII, e XIX,  sendo inclusive um dos principais ciclos econômicos do Recôncavo Baiano, foi trazida à Bahia  pela ação de um espanhol, André Moreno. Os anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro registram a documentação inicial encaminhada  pelo empreendedor a Martinho de Mello e Castro (1716-1795), político, ministro e diplomata  que desempenhou cargos de grande relevo na estrutura burocrática do governo português.  Martinho de Mello e Souza  era  nessa época Secretário de Estado da Marinha e do Ultramar. Nesse condição cuidava da administração dos interesses de Portugal fora do território europeu, como era o caso das colônias. Martinho de Mello e Souza promoveu a reforma  do sistema colonial português e , mais tarde, veio a ser primeiro-ministro da Rainha D. Maria I, a Rainha Louca, mãe de Dom João VI.




Por ser espanhol, André Moreno pede também que lhe seja dispensada a exigência de  nacionalidade portuguesa para se habilitar a ser deputado na Mesa de Inspeção. Tratava-se de um órgão fazendário com a função  reguladora,  cabendo-lhe disciplinar o comércio, o exercício das  atividades de compra e venda de determinados bens, aferir sua qualidade para a exportação  e fiscalizar todas as etapas de determinadas atividades econômicas (enfim, o papel  desempenhado atualmente pelas agências  de energia elétrica, de  aviação comercial, de telecomunicações , de águas e de vigilância sanitária). Os membros integrantes desse órgão eram chamados deputados, pois  representavam aquele determinado segmento.

A Mesa de Inspeção do Acúcar da Bahia (e mais tarde também do Tabaco), por exemplo,  foi  implantada em 1751. Dispunha de um numeroso quadro de funcionários e  de um grande trapiche (armazém) chamado Alfândega do Tabaco. Em 1808 o baiano  José da Silva Lisboa  era um dos dirigentes da Mesa e  nessa condição foi quem aconselhou D. João VI a emitir a célebre Lei de Abertura dos Portos  brasileiros ao comércio exterior. Mais tarde ele  recebeu a comenda de Visconde de Cayru.
 

Um comentário:

  1. Bacana Jorginho! Adorei!

    Dá pra vc lincar no seu blog o de Diogo?
    O endereço é http://pautapariu.zip.net/
    Tb está bacana...
    Beijos

    Nádya Argôlo

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