Após mostrar (ver postagem anterior) como a cultura do fumo foi trazida a Cachoeira pelo espanhol André Moreno, no ano de 1784 este blog apresenta outra raridade: a introdução em Cachoeira de um outro tipo de tabaco, mais nobre e oriundo da Virgínia , no sudeste dos Estados Unidos. Neste estado norte-americano foi cultivado, pela primeira vez em grande escala, o plantio do tabaco. No ano de 1612 o colonizador inglês John Rolfe trouxe mudas de tabaco, que começou a cultivar na recém-instalada colônia da Virgínia. No mesmo ano, casou-se com a princesa índia Pocahontas. Com a ajuda da tribo dela e a venda da erva, a colônia tornou-se sustentável, graças principalmente à exportação para Inglaterra e à disseminação mundo afora do hábito de fumar. O tabaco oriundo dessa região foi, durante mais de dois séculos, um dos principais sustentáculos da economia dos Estados Unidos e se transformou em referência mundial de qualidade.
Os dois documentos, retirados dos Anais da Biblioteca Nacional (Volume 37 páginas 447 e 448) mostram que na Fazenda do Manã o lavrador Francisco Pinheiro Alves de Souza relata ao Juiz de Fora da Vila as experiências exitosas que havia feito com o fumo da Virgínia no solo cachoeirano.
No documento seguinte é o próprio Conde da Ponte (João de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes Brito) - o mesmo governador que no ano seguinte faria a recepção da Família Real Portuguesa que fugiria para o Brasil - quem comunica ao Visconde de Anadia (João Rodrigues de Sá e Mello), então Secretário de Estado da Marinha e do Ultramar, sobre a cultura do tabaco Virgínia na região de Cachoeira.
A curiosidade é que escritores como Gilberto Freyre e Joaquim Nabuco, notáveis intérpretes da história e da evolução sócio-econômica e cultural do Brasil, referem-se à Bahia como a "Virgínia Brasileira" mostrando semelhanças entre ela e o estado americano para a história dos respectivos países.
Assim como a Bahia - onde o Brasil foi descoberto e iniciou-se a colonização portuguesa - a Virgínia foi onde se implantou o primeiro núcleo da colonização inglesa na América, o primeiro assentamento permanente de britânicos. E também receberam grandes levas de escravos oriundos da África para trabalhar em suas lavouras. Outra semelhança é que a Virgínia foi uma das treze colônias que se rebelaram contra o domínio britânico, dando início à guerra pela Indepedência dos Estados Unidos, conquistada em 1776. A Bahia, como sabemos, foi onde começou e terminou a guerra pela Independência do Brasil.
Assim, além da relevante importância histórica para seus países, Bahia e Virgínia foram grandes produtores e exportadores de tabaco, atividade econômica que teve papel decisivo na formação de suas elites.
Assim como a Bahia - onde o Brasil foi descoberto e iniciou-se a colonização portuguesa - a Virgínia foi onde se implantou o primeiro núcleo da colonização inglesa na América, o primeiro assentamento permanente de britânicos. E também receberam grandes levas de escravos oriundos da África para trabalhar em suas lavouras. Outra semelhança é que a Virgínia foi uma das treze colônias que se rebelaram contra o domínio britânico, dando início à guerra pela Indepedência dos Estados Unidos, conquistada em 1776. A Bahia, como sabemos, foi onde começou e terminou a guerra pela Independência do Brasil.
Assim, além da relevante importância histórica para seus países, Bahia e Virgínia foram grandes produtores e exportadores de tabaco, atividade econômica que teve papel decisivo na formação de suas elites.
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