No último dia 1º de Junho foi realizada em Cachoeira a cerimônia do Pau da Bandeira, que abre na cidade os festejos da Independência do Brasil. É um ritual em que os cachoeiranos levam aos bairros do Caquende e da Ponta da Calçada, troncos de madeira que são fincados no chão, representando os marcos da cidade no ano de 1822. Em clima de festa o povo e autoridades abrem assim a programação dos festejos, que tem seu auge no dia 25 de Junho, data magna com que os cachoeiranos relembram com orgulho a epopéia de 1822, quando foi iníciada a luta armada pela Independência do Brasil. Naquele dia uma embarcação portuguesa, equipada com um canhão, bombardeou a então Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, logo após o Senado da Câmara aclamar o Príncipe Regente Dom Pedro de Alcântara como "Defensor Perpétuo do Brasil", jurando-lhe obediência e exortando-o a libertar o Brasil de Portugal. O ataque português causou mortos e feridos e os cachoeiranos enfurecidos tomaram a embarcação e prenderam a tripulação. Estava iniciada a guerra pela Independência do Brasil, três meses antes de sua proclamação em 7 de Setembro, que só terminaria com a expulsão definitiva dos portugueses e a entrada do Exército Libertador na capital sitiada, no dia 2 de Julho de 1823.
Vejamos como a expectativa da festa do Pau da Bandeira foi noticiada na primeira página pelo jornal cachoeirano " A Ordem", edição de 31 de maio de 1922. O post permite também uma espécie de passeio no tempo, com o registro de fatos diversos do interesse da comunidade e do PDR , partido político que tinha em seus quadros o jornalista Durval Chagas, proprietário do jornal e uma das principais lideranças políticas de Cachoeira. O partido indica os nomes de Luiz Leciague Régis e Cunegundes Barreto (que mais tarde viria a ser prefeito) para concorrer a dois cargos , que estavam vagos, de vereador. Bem à moda da época, o jornal publica um mini-conto do jornalista e advogado Carlito Onofre , que demonstra seus dotes literários. Mereceu destaque na primeira página a noticia da filiação do jornalista e intelectual cachoeirano Augusto de Azevedo Luz ao Instituto Geográfico de Histórico da Bahia (IGHBa). Demonstrando a diversidade de assuntos da região, " A ORDEM" relata a prisão das pessoas responsáveis pela morte de um coronel, na cidade de Castro Alves. Na reportagem são citados os nomes de Rafael Jambeiro e Marcionílio Souza, destacadas lideranças políticas do interior baiano na época e que hoje são nomes de municípios. E também uma interessante notícia sobre as reformas urbanas na cidade, com a derrubada de velhos tamarineiros na Praça dos Arcos (atual Praça Teixeira de Freitas) entre o Hotel Colombo e o antigo Bar "O Guarany". A derrubada de árvores centenárias foi apoiada pelo jornal, que ironiza a tradição de, sob a sombra dos velhos tamarineiros, os "nosssos avós " tomarem o "aloázinho de Ogu" (sic).
Em tempo: "aluás" eram refrescos vendidos por escravos nas ruas das cidades e vilas coloniais. O sumo das frutas era misturado à agua e apresentava um aspecto sujo, por serem mantidos horas a fios, muitas vezes sob o sol, em vasilhas de barro. Depreciativamente eram associados ao orixá africano.
E uma curiosidade: naquele tempo, o prefeito era conhecido como o governador da cidade. Quem governava Cachoeira em 1922 era o médico Inocêncio Boaventura.
Vejamos como a expectativa da festa do Pau da Bandeira foi noticiada na primeira página pelo jornal cachoeirano " A Ordem", edição de 31 de maio de 1922. O post permite também uma espécie de passeio no tempo, com o registro de fatos diversos do interesse da comunidade e do PDR , partido político que tinha em seus quadros o jornalista Durval Chagas, proprietário do jornal e uma das principais lideranças políticas de Cachoeira. O partido indica os nomes de Luiz Leciague Régis e Cunegundes Barreto (que mais tarde viria a ser prefeito) para concorrer a dois cargos , que estavam vagos, de vereador. Bem à moda da época, o jornal publica um mini-conto do jornalista e advogado Carlito Onofre , que demonstra seus dotes literários. Mereceu destaque na primeira página a noticia da filiação do jornalista e intelectual cachoeirano Augusto de Azevedo Luz ao Instituto Geográfico de Histórico da Bahia (IGHBa). Demonstrando a diversidade de assuntos da região, " A ORDEM" relata a prisão das pessoas responsáveis pela morte de um coronel, na cidade de Castro Alves. Na reportagem são citados os nomes de Rafael Jambeiro e Marcionílio Souza, destacadas lideranças políticas do interior baiano na época e que hoje são nomes de municípios. E também uma interessante notícia sobre as reformas urbanas na cidade, com a derrubada de velhos tamarineiros na Praça dos Arcos (atual Praça Teixeira de Freitas) entre o Hotel Colombo e o antigo Bar "O Guarany". A derrubada de árvores centenárias foi apoiada pelo jornal, que ironiza a tradição de, sob a sombra dos velhos tamarineiros, os "nosssos avós " tomarem o "aloázinho de Ogu" (sic).
Em tempo: "aluás" eram refrescos vendidos por escravos nas ruas das cidades e vilas coloniais. O sumo das frutas era misturado à agua e apresentava um aspecto sujo, por serem mantidos horas a fios, muitas vezes sob o sol, em vasilhas de barro. Depreciativamente eram associados ao orixá africano.
E uma curiosidade: naquele tempo, o prefeito era conhecido como o governador da cidade. Quem governava Cachoeira em 1922 era o médico Inocêncio Boaventura.
(clique na imagem se quiser facilitar a leitura)
Muito interessante,bastante mesmo,lendo o jornal de 1922,ainda posso constatar ,ainda bem, o mesmo entusiasmo e espírito patriótico dos Cachoeiranos nas comemorações do 25 de junho."Ainda existe e ferve em nós",como bem diz o Hino.
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