quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O SEGUNDO ROUBO À IGREJA MATRIZ DE CACHOEIRA

Na manhã do dia 12 de abril de 1928, uma quinta-feira,  Cachoeira foi abalada por uma notícia que logo cedo se espalhou pela cidade como uma bomba,  causando  estupefação  em toda a comunidade:  

"ROUBARAM A IGREJA MATRIZ  E LEVARAM  A  ÂMBULA SAGRADA E OS ROSÁRIOS DE NOSSA SENHORA E DE DEUS MENINO !  Todas as peças eram de ouro maciço !!!"

O roubo foi considerado um sacrilégio e provocou uma onda de indignação até mesmo os não católicos. A âmbula é semelhante a um cálice, mas possui tampa. Nela são gruardadas as hóstias. Após a missa a âmbula é guardada no sacrário com as hóstias já consagradas que,  eventualmente, não tenham sido usadas. No caso, a âmbula foi roubada do altar do Santíssimo Sacramento, que fica à  esquerda do altar-mor do templo. Segundo relatos  tinha  a altura de um palmo e  era uma  verdadeira obra de arte, com valor estimado  em 10 mil contos de réis, uma verdadeira fortuna para a época, hoje estimado em mais ou menos 1 milhão de reais.

(Modelo de uma âmbula) 
Além da âmbula os ladrões levaram do altar-mor os rosários, também de ouro maciço, que ficavam entre os dedos das imagens de Nossa Senhora do Rosário e Deus Menino. 

Conforme noticiamos neste blog (ver postagem de 31 de julho) este ão foi o primeiro  roubo à Igreja Matriz de Cachoeira. Exatamente 110 anos antes, em 1818, foi roubado  também do altar da Irmandade do Santíssimo Sacramento,  um purificador lavrado em ouro maciço.   

 A perda das alfaias causou um trauma muito grande entre os cachoeiranos, o que levou a uma onda de especulações na cidade.  Apesar de ter sido aberto um inquérito policial, jamais foram identificados os autores do roubo nem encontradas  as valiosas peças do acervo da cidade.

A notícia foi assim veiculada no jornal cachoeirano A ORDEM, em sua edição de 14 de abril daquele ano.

(Clique na imagem para facilitar a leitura)


A notícia do roubo foi comunicada aos cachoeiranos pelo Arcipestre Cavalcanti, pároco da cidade,  durante a missa das 7 horas da manhã do dia 12 de abril de 1928.

 
O Padre Augusto Cavalcanti de Albuquerque  era Arcipestre, um cargo  honorífico entre o prelado católico,  que significa  uma proeminência entre todos os demais sacerdotes de uma determinada paróquia ou região. O arcipestre era geralmente o decano entre os sacerdotes e tinha autoridade moral sobre os demais,  substituindo  eventualmente os bispos em determinadas questões. 


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