Há cento e noventa e oito anos, em 1814, uma revolta escrava sacudiu Cachoeira e pôs em polvorosa os ricos senhores de engenho da região do Iguape, que temeram por suas vidas e propriedades. A revolta foi sufocada imediatamente, pela ação do juiz de fora da Vila de Maragojipe que pediu providências ao Conde dos Arcos, então governador da Bahia. Tropas militares foram enviadas a Cachoeira e conseguiram reprimir o movimento.
O episódio é citado em dois livros de Clóvis Moura: Rebeliões da Senzala (Editora Mercado Aberto, Porto Alegre, 1988) e Dicionário da Escravidão Negra no Brasil (Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004).
O episódio é citado em dois livros de Clóvis Moura: Rebeliões da Senzala (Editora Mercado Aberto, Porto Alegre, 1988) e Dicionário da Escravidão Negra no Brasil (Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004).
As revoltas escravas, comuns naquela época, eram seguidas da fuga dos líderes para áreas inóspitas, onde se refugiavam e formavam os "quilombos", comunidades com estrutura econômica, social e política que serviam de refúgio para os negros que não aceitavam a escravidão. Nos documentos abaixo, publicados nos Anais da Biblioteca Nacional (Volume 34, página 507) há referências precisas aos quilombos de Orobó (onde fica hoje a cidade de Ruy Barbosa) e Andaraí (na Chapada Diamantina), situados em terras que na época pertenciam à Vila de Cachoeira. No primeiro, o capitão responsável pelo assalto e destruição dos dois quilombos, pede como recompensa uma série de vantagens para si e para os filhos. O segundo documento refere-se a uma representação de moradores (leia-se senhores de engenho e ricos comerciantes) da Vila de Cachoeira pedindo a destruição dos dois quilombos.
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