Aqui são registrados documentos de toda ordem, pesquisas,leituras, citações e referências de caráter historiográfico sobre a cidade de Cachoeira (BA).Pretendemos divulgar todo e qualquer trabalho existente em compêndios e alfarrábios, citando esta "Cidade Monumento Nacional", com seu valioso acervo arquitetônico,cultural e artístico. O VAPOR DE CACHOEIRA pretende ser um fiel depositário de impressões históricas sobre Cachoeira e o Recôncavo Baiano.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
A CRUELDADE USADA POR MEM DE SÁ NA CONQUISTA DO VALE DO PARAGUAÇU
A história do Recôncavo, mais especificamente do Vale do Paraguaçu onde se localizam Cachoeira, São Félix e Maragojipe - como de resto a própria História do Brasil - é cheia de episódios desconhecidos ou mal contados. Na conquista das terras necessárias para a expansão do domínio português e nelas implantar a lavoura de cana e os engenhos para produzir açúcar - um dos pilares da economia colonial - os portugueses utilizaram vários métodos, desde a cristianização das populações nativas até formas violentas como a guerra de extermínio.
Um dos agentes dessa política foi o terceiro governador-geral das terras do Brasil, o lendário Mem de Sá (1500-1572). Ele chegou à Bahia em 1557 e adotou todos os meios possíveis para consolidar a domínio português:expulsou os invasores franceses, fundou junto o sobrinho Estácio de Sá a cidade do Rio de Janeiro e submeteu, á força quando necessário,todas as tribos indígenas ao domínio português. A sua administração e o radicalismo de sua atuação foram decisivas para consolidar a presença do Estado português na Colônia. O relato de suas "bravatas" e as crueldade que praticou, como a matança dos índios que resistiam e o incêndio criminoso de centenas de aldeias, foram relatadas por ele próprio em seu testamento político, o documento INSTRUMENTOS DE SERVIÇOS DE MEM DE SÁ, que ditou a um escrivão pouco antes de morrer, e enviou ao Rei de Portugal prestando contas de sua atuação nos 15 anos em que esteve à frente do Governo Geral do do Brasil 455 Brasil. No trecho abaixo ele descreve como, após vir do Rio de Janeiro, enfrentou e venceu os índios em Ilhéus e no Recôncavo ("Peroassu").
Alguns esclarecimentos sobre a linguagem da época: "engenhos dassuquares" (engenhos de acúcar); "novas" (notícias); "passifiqua" (pacífica); "índios de pases" (índios pacificados); "o principal" (o líder da tribo).
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