Em 1815 era implantado na Ilha de Itaparica o primeiro engenho a vapor do Brasil, o que representou uma notável revolução tecnológica para a época. O Brasil ainda era uma colônia portuguesa e embora já abrigasse, desde 1808, a Família Real no Rio de Janeiro, não se registrava nenhum avanço considerável em sua economia. A inovação trouxe muitas vantagens para o processo do fabrico de açúcar, que era então uma das principais riquezas do Brasil. Não só em termos de economia da mão-de-obra escrava e de uma maior produção do açúcar, mas porque oferecia menos riscos de acidentes de trabalho.
A iniciativa coube ao senhor de engenho Pedro Antônio Cardoso, que através de seu cunhado Felisberto Caldeira Brant e Pedro Rodrigues Bandeira (anos mais tarde os dois implantariam o "Vapor de Cachoeira"), encomendou a "machina a vapor" junto à fabrica inglesa Walsh e Bolton. O empreendedorismo deles mereceu destaque no jornal Idade D´Ouro do Brazil, publicado em Salvador desde 1811. Confiram a leitura dessa edição toda dedicada ao assunto. O jornal destaca o apoio dado à iniciativa pelo Governador da Bahia, o Conde da Ponte, e incita os demais senhores de engenho a também investirem em iseus empreendimentos. A leitura é também uma curiosa viagem sobre o texto jornalístico - cheio de metáforas, citações filosóficas e grandiloquentes imagens - nos primórdios da imprensa brasileira.
Que mágico todo esse material, Jorginho. A linguagem, a sintaxe, a grafia do texto ... Muito bom.
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